13/05/2025 às 17:49h
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram um novo teste para diagnóstico da Covid-19, com custo estimado de até R$ 1 por paciente. A tecnologia nasceu a partir da dissertação de mestrado de Daniel Lair — atualmente doutorando no ICB — e foi recentemente licenciada para a empresa mineira Vida Biotecnologia. A informação foi confirmada na quarta-feira (7 de maio).
De acordo com o instituto, a pesquisa teve início no durante pandemia de Covid-19, devido a escassez de testes no Brasil e pelos altos custos de importação. O projeto foi coordenado pelo professor Rodolfo Giunchetti, do Departamento de Morfologia, e contou com investimento de R$ 750 mil da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). Os recursos foram aplicados tanto no desenvolvimento da pesquisa quanto no apoio financeiro aos pesquisadores envolvidos.
Segundo Giunchetti, o novo teste pode ser comercializado em dois formatos: como exame sorológico convencional ou como teste rápido, semelhante aos já disponíveis em farmácias. “O teste rápido é similar aos vendidos em farmácia: uma lancetinha perfura o dedo, e uma gota de sangue é colocada no dispositivo. Em cerca de cinco minutos, o resultado aparece como positivo ou negativo”, explica o professor. “A outra modalidade é o teste ELISA, ou imunoenzimático. Esse exige coleta de sangue em clínica, envio ao laboratório e análise com equipamentos específicos. Cada plaquinha usada tem 96 poços, o que permite realizar milhares de testes por dia. Embora demande infraestrutura laboratorial, é ideal para grandes volumes de testagem”, explica.
O professor acrescenta que os valores dos testes variam conforme a modalidade adotada pela empresa responsável pela produção. “Em laboratório, conseguimos realizar o teste ELISA por cerca de R$ 1. Já o teste rápido, por incluir embalagem e materiais plásticos, deve ficar em torno de R$ 5. Mas esses valores podem cair significativamente com a produção em larga escala”, afirma.
Para o professor, o desenvolvimento do teste reforça a importância de investir na ciência produzida no Brasil. “A biotecnologia brasileira ainda depende muito de insumos importados, o que nos torna vulneráveis em momentos críticos, como vimos durante a pandemia”, destaca.
Ele ressalta ainda que o licenciamento da tecnologia para a Vida Biotecnologia representa um marco para a aplicação prática do conhecimento gerado na universidade. “Essa iniciativa mostra que nossos pesquisadores têm capacidade para desenvolver soluções eficazes. O maior ganho aqui é mostrar à sociedade que, com investimento em pesquisa, conseguimos enfrentar grandes desafios”, completa.
Com informações O TempoFoto: Espacial FM
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