30/04/2025 às 08:57h
Em cartaz no Museu Mineiro até 31 de maio, o grupo apresenta 12 instalações em duas galerias – a Atrium, no primeiro andar do prédio, e a de Exposições Temporárias, no segundo. A mostra reúne obras que transitam entre o sonoro, o têxtil e o performático, que reivindicam memórias, questionam o direito à cidade e, sobretudo, expõem como a rua deixa marcas na vida de quem resiste nela.
“Essa exposição é uma reunião de trabalhos do coletivo realizados, ao longo do tempo, em espaços públicos da cidade e em abrigos e outros lugares de trânsito de pessoas em situação de rua”, aponta o artista e produtor cultural Matheus Couto.
Já a artista Ana Pá, que já viveu nas ruas e integra o coletivo desde 2018, ano de sua fundação, detalha que, na Galeria Atrium, são apresentadas obras que falam sobre vida e morte.
“Nesse trabalho, trazemos muito a questão do respeito, ou da falta dele. Falamos do olhar que é preciso ter em relação a pessoas que vivem nas ruas, especialmente para as mulheres, alvos de tantas violações, de tanto descaso”, narra, situando que a exposição constitui essas reflexões – por meio de esculturas têxteis – a partir da troca entre artistas do coletivo e mulheres que em situação de rua, algumas delas, homenageadas nos trabalhos do coletivo, do qual já fizeram parte, tiveram suas vidas interrompidas precocemente.
“Milena, Maria de Lourdes, Célia, Rosana… Mulheres que saíram das ruas, foram para o abrigo Maria Maria, por onde também passei, e tiveram um fim tão difícil e desrespeito quanto suas próprias trajetórias”, descreve a artista, em tom de lamento e revolta, que faz menção à casa de acolhimento, dedicada ao público feminino maior de 18 anos que vive nas ruas, localizada na Rua Ubá e mantida pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Entre os exemplos desse descaso em vida e em morte, reclamado por Ana Pá, está a história de Milena, uma mulher trans que faleceu no abrigo e foi enterrada com seu nome morto – o nome masculino, com o qual ela não se reconhecia em vida. Além de denunciar a violência simbólica desse ato, a mostra restaura a identidade da homenageada, anteriormente apagada pelas instituições, fazendo alguma justiça à sua memória.
Ao falar da morte, portanto, a mostra exalta a vida. “A gente faz homenagens à vida, como a instalação sonora, que traz pensamentos sobre o que é a vida para cada um de nós. E os visitantes também podem participar, escrevendo, com giz branco em uma grande parede preta, suas próprias reflexões”, cita Matheus, assinalando que o objetivo era trazer para a exposição dimensões tanto individuais quanto coletivas, tanto espirituais quanto políticas sobre a vida e a morte.Com informações O TEMPO
Foto: Espacial FM
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