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30/04/2024 às 07:39h

As garças do Bariri

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 As garças do Parque do Bariri em Pará de Minas causaram comentários diversos nas redes sociais nos últimos dias. Acontece que as suas fezes estavam incomodando alguns frequentadores e moradores da região. Assim sendo a prefeitura, pela secretaria de meio ambiente resolveu retira-las do local com fogos de artifício. Muitas pessoas comentaram que os pobres animais não são culpados; outros queriam a eliminação dos pombos noutras praças públicas da cidade. Pediram noutros comentários que retirassem os andarilhos e moradores de rua da mesma região das garças. E os comentários foram diversos opinando contra e a favor da decisão tomada pela municipalidade.

Acontece que o administrador público tem suas prioridades e ele escolhe o que fazer por critérios muito pessoais e não temos muito controle disto. Certo que a participação popular – especialmente pelas redes sociais – pode ser um bom termômetro para o prefeito escolher seus planos de ação.

De minha parte fiquei triste com a ausência do espetáculo de chegada e saída delas. Era muito bonito ver sua revoada. E penso que poderíamos ter nos adaptado mais e melhor à situação e convivido com elas em paz.

Mas as garças foram colocadas para voar (se fosse outro animal e escolheria a expressão popular de “colocar para correr”) e a vida seguiu seu rumo.

Os pombos – conhecidos “ratos voadores” pelas doenças que transmitem (salmoneloses, psitacose, histoplasmose, criptococose e outras) também devem ser alvo de alguma atitude pelo poder público.

Quem sabe deveríamos chamar um “flautista de Hamelin” para defenestrar estes animais.

Agora fico meditativo como vão proceder com os cães abandonados (também chamados de vadios) que abundam nossas ruas, inclusive atacando pessoas. O que poderá ser feito com eles? Bom, desde que algo que não os maltrate e lhe mantenha a devida dignidade da vida, seria solução bem vinda. Qual seria esta solução, caberá ao mesmo órgão e mesmas pessoas que bombardearam as garças com fogos de artifício.

Preocupo-me muito também com a solução que poderá ser apresentada para o tratamento aos moradores de rua e pessoas em situação de rua na nossa cidade. Qual a solução que seria apresentada? Alguma coisa no mesmo sentido com as garças e os pombos?

Qual seria o parâmetro em direitos humanos para a solução do problema? Percebo que estas pessoas gostam muito da cidade e quando por aqui passam, se estabelecem e ficam grandes temporadas. O mesmo Parque do Bariri que abrigava as garças, abriga estas pessoas. Outras praças também serve de moradia para algumas destas pessoas que se misturam aos pombos e cães.

Certo que é a humanidade, respeito, dignidade, responsabilidade devem estar presentes nestas atitudes. A convivência saudável deve ser o parâmetro maior para estabelecer as políticas de tratamento nestes casos.

Para as garças: bombardeio de fogos de artifício; aos pombos ondas sonoras ou soluções mirabolantes; para os cães: castração e recolhimento em centros de zoonoses. Sabe-se mais o que vão fazer de traumatizante aos animais.

Mas e os seres humanos? Leva-los à beira de uma rodovia e mandar seguir rumo incerto? Simplesmente envia-los a outras cidades, repassando o problema? Penso que as ações públicas devem ser extremamente cautelosas e muito bem pensadas para que não sejam tratados como pombos, ratos ou garças.

Alguém mais simplista poderá dizer: “se está com dó, leva para casa”, mas somente os cristãos de verdade poderiam ter esta solução, já que Jesus Cristo é quem acolhia pessoas assim. E como esta opção não é uma solução para os tempos atuais, caberá ao poder público pensar nisto.

Pensar com urgência já que os problemas advindos são vários. 

Por Ronaldo Galvão 

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