27/11/2024 às 12:27h
O governo geral brasileiro - federal, estadual e municipal - registrou uma necessidade de financiamento de R$ 844 bilhões em 2023, um aumento de 111,2% em relação a 2022. O resultado é consequência de uma alta de 3,4% da receita total, ao mesmo tempo em que as despesas totais das três esferas governamentais aumentaram 13,2%.
Os dados são das Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária de Governo 2023, elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e o Banco Central do Brasil
Pelo lado da receita, a arrecadação de impostos cresceu 4,1% em 2023, enquanto as contribuições sociais avançaram 7,5%. Por outro lado, as outras receitas caíram 3,4%. Sob a ótica da despesa, todos os itens tiveram crescimento em 2023. O destaque ficou no componente "outros gastos", especialmente os de capital, como o Minha Casa Minha Vida, com alta de 39,7% de crescimento.
Os benefícios previdenciários e assistenciais cresceram 14,3%, e a remuneração de empregados aumentou 10,6%. Despesas com uso de bens e serviços aumentaram 12,23%; com juros, alta de 9,8%; e com subsídios, elevação de 7,7%.
Os benefícios sociais, item de maior peso na composição dos gastos públicos da Conta Intermediária de Governo, aumentaram 3,6% em 2023, graças às elevações das despesas com outros benefícios de seguro social (8,6%) e benefícios de assistência social em numerário (29,2%, que inclui o Bolsa Família). A despesa com o Bolsa Família teve um aumento de 47,1% em 2023.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida de investimentos), que mede a capacidade produtiva futura do Governo Geral, alcançou R$ 215,8 bilhões em 2023, um aumento de 7,8% em relação a 2022. Houve avanços para o governo federal (22,8%) e governos municipais (28,6%), compensando assim a redução dos investimentos observada nos governos estaduais (-15,2%).
No ano de 2023, o valor adicionado do Governo Geral foi de R$ 1 473,9 bilhões, uma participação de 13,6% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, fatia 0,2 ponto porcentual maior que a de 2022. Em termos absolutos, o valor adicionado do governo cresceu em 2023 em todas as esferas: alta de 10,1% na federal, 8,8% na estadual e 13,1% na municipal.
A esfera municipal ampliou em 0,7 ponto porcentual sua participação no valor adicionado do governo, de 35,9% em 2022 para 36,6% em 2023. A esfera federal perdeu 0,1 ponto porcentual, de 27,3% em 2022 para 27,2% em 2023, enquanto a esfera estadual perdeu 0,6 ponto porcentual, de 36,8% para 36,2% no período. (Daniela Amorim/Agência Estado)
Foto: Espacial FM
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