31/12/2025 às 09:31h
Emagrecer, fazer um botox para suavizar as linhas de expressão ou a “cara de bravo”, mudar a cor ou o corte do cabelo, trocar os óculos e tomar aquele banho de loja. Uma repaginada no visual é sempre um ponto considerado por quem vai disputar as eleições e está em busca da preferência do eleitorado. Mais do que vaidade, a preparação da imagem de candidatos, seja para o Executivo ou para o Legislativo, passa pela análise visual para que ela seja incorporada a todo o planejamento de comunicação, pois, como diz o ditado: a primeira impressão é a que fica.
Não se trata de beleza, mas de uma imagem que possa dar o recado: força, determinação, poder, empatia, sobriedade ou leveza. A escolha da mensagem a ser entregue e o que fazer para que ela seja eficiente cai nas mãos de marqueteiros e consultores de imagem, que trabalham com a ideia de que é possível, e preciso, transformar a aparência em ferramenta de comunicação. Lapidar o visual é um “acessório” importante dentro da estratégia de campanha.
Quem não se lembra da mudança radical no visual de Dilma Rousseff ao se candidatar à Presidência da República em 2010? A imagem dura, de gerentona, da ministra da Casa Civil no governo Lula (PT), em 2005, deu lugar a sobriedade e elegância, com pitadas de mulher humanizada e mais flexível. Na época, a proposta do marqueteiro João Santana era suavizar a imagem da ex-guerrilheira e melhorar sua performance na TV. Para isso, buscou a ajuda do cabeleireiro Celso Kamura, indicado por Marta Suplicy, sua cliente de longa data.
Os cabelos mais curtos, em camadas e com luzes, e um banho de loja, caracterizado por roupas mais femininas e de cores claras, conseguiram suavizar a imagem austera da ex-ministra, construindo um visual mais leve e moderno. E não ficou apenas nisso. O menu da repaginação incluiu botox, procedimentos para suavizar rugas e cirurgia nos dentes. Sem contar o emagrecimento.
A receita que deu certo há 15 anos continua sendo adotada pelos especialistas hoje e pode mudar “a cara” de muitos candidatos em 2026. No entanto, a mudança na aparência não pode ser desconectada do discurso, da postura e das demais estratégias de campanha, ressalta o professor de marketing político Emmanuel Publio Dias, da ESPM. “Não há em marketing político um fator que seja importante o suficiente para, sozinho, resolver ou definir uma campanha. Todos os fatores em comunicação interferem, se completam”, avalia.
Cada detalhe pode aproximar ou afastar os candidatos dos eleitores, mas a composição tem que ter coerência. “É preciso definir qual o objetivo da campanha, qual mensagem quer passar, qual público pretende atingir para, a partir daí, criar uma estratégia coerente”, explica Dias. E em tempos de redes sociais como importante canal de comunicação, em um universo instagramável, a linguagem visual tem muita importância. “O visual não define, mas ele é importante nessa composição”.
Ele lembra casos emblemáticos, como o do ex-presidente Fernando Collor de Mello, eleito em 1990, apesar de ser um candidato desconhecido. Foi trabalhada a imagem da juventude, da força, a gana de vencer os marajás e sempre com um visual elegante, mas moderno, arrojado, que ajudou a conquistar os eleitores.
O professor cita ainda Jânio Quadros, presidente do Brasil em 1961, que utilizou a imagem de combate à corrupção durante toda a carreira política, tendo a vassoura como principal símbolo. “Ele jogava pozinho no terno para imitar caspa, uma forma de se aproximar do povo”, conta Emmanuel Publio Dias.
com informações O TEMPO
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