Arlindo Cruz ainda não sabia, e nem poderia, mas o ano de 1981 seria decisivo em sua vida. Ali, ao frequentar a roda de samba do Cacique de Ramos – após abandonar a Aeronáutica para se dedicar integralmente à música –, ele conheceu vários de seus futuros parceiros, como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão (a quem substituiria no Fundo de Quintal), Almir Guineto, Beto Sem Braço, a madrinha Beth Carvalho e Sombrinha. Com este último, assinou, dentre outros incontáveis sucessos, “O Show Tem Que Continuar”, que ainda trouxe a participação de Luiz Carlos da Vida, consagrando-se como hino da superação e dos momentos festivos ao redor de todo país.
A história, no entanto, não começou bem. “Quando conheci Arlindo em 1981, no Cacique de Ramos, o nosso santo não bateu”, confidencia Sombrinha numa das 465 páginas de “O Sambista Perfeito”, biografia de Arlindo assinada pelo jornalista e produtor musical Marcos Salles, publicada pela editora Malê. Foi naquele mesmo ano de 1981 que Salles e Arlindo se conheceram, iniciando uma profícua amizade.
Tanto que partiu de Babi, viúva do músico falecido no último mês de agosto, aos 66 anos, em decorrência de complicações advindas de um acidente vascular cerebral sofrido em 2017, a “intimação” para que o jornalista escrevesse a biografia, um calhamaço que não deixa pedra sobre pedra. “A biografia toca em temas delicados, como a relação com as drogas e um filho fora do casamento. Tudo fazia parte de sua vida, mas Arlindo é muito maior que tudo isso”, afiança Salles.
As palavras do biógrafo encontram eco na lista de prêmios e indicações que Arlindo recebeu ao longo da carreira, que contemplam Grammy Latino, Prêmio da Música Brasileira e Estandarte de Ouro, sendo regravado por gente como Alcione, Dudu Nobre, Martinho da Vila, Roberto Ribeiro, Jovelina Pérola Negra, Elba Ramalho, Maria Rita, Caetano Veloso, e muitos outros, mas a principal prova de sua consagração foi ter caído na boca do povo, com seus sambas de forte apelo popular que conciliavam melodias inebriantes a ensinamentos atemporais. Basta uma rápida audição em hits como “O Bem”, “Meu Nome É Favela” e “Meu Lugar” para chegar a tal conclusão.
Com informações O Tempo
Foto: Espacial FM
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