21/09/2020 às 09:14h
A Mercedes-Benz apresentou nesta quarta-feira (16) seu primeiro
conceito de caminhão movido a hidrogênio. O GenH2 Truck promete
autonomia superior a 1.000 km, e deve ganhar as ruas em 2023, na fase de
testes com clientes.
A comercialização na Europa, Japão e
Estados Unidos está prevista para a segunda metade da década. Até lá, a
empresa promete que fará testes exaustivos para comprovar sua
viabilidade.
Aliás, a Mercedes disse que vai oferecer somente
veículos comerciais novos livres de emissões de CO2 nesses mercados até
2039. O Brasil, pelo menos por enquanto, está fora dos planos nessa
primeira etapa.
O GenH2 utiliza dois tanques para armazenar um
total de 80 kg de hidrogênio líquido. Eles ficam dispostos nas laterais
do chassi, como em um similar a diesel.
Segundo a Mercedes, a
escolha pelo combustível em estado líquido se deu porque ele possui
maior carga energética do que na forma gasosa, além de exigir uma menor
área para ser armazenado.
Esses tanques ainda são capazes de
preservar a temperatura do combustível em 253°C negativos, próximo ao
zero absoluto. Antes da injeção, o hidrogênio é aquecido, e, em forma de
gás, entra no sistema de célula de combustível. O residual expelido
pelo escape é vapor de água.
Para mover o GenH2, serão usados
dois motores elétricos, capazes de gerar, cada um, 312 cavalos e 160,8
kgfm. Se necessário, os propulsores ainda podem entregar picos de 450 cv
e 211,2 kgfm.
O GenH2 tem peso bruto total de 40 toneladas, e capacidade de transportar até 25 toneladas de carga.
Corrida pelo hidrogênio
Caminhões
a hidrogênio são mais uma alternativa aos similares a diesel, que são
mais poluentes, e começam a ter a circulação restrita em grandes centros
urbanos, principalmente nos países mais desenvolvidos.
“O
hidrogênio pode ser a alternativa ao diesel. Ele é adequado para grandes
distâncias em carros, e também em caminhões, ônibus, trens. E estamos
desenvolvendo também motores navais e na aviação”, afirmou Andreas
Scheuer, Ministro do Transporte e Infraestrutura Digital da Alemanha,
presente no evento, que aconteceu em Berlim.
Nessa corrida pelo
hidrogênio, Mercedes e Volvo, concorrentes diretas, se uniram há cerca
de seis meses para desenvolver a tecnologia, ganhar maior escala de
produção, e, assim, reduzir os custos.
Porém, o Matin Daum,
diretor-executivo da divisão de caminhões da Mercedes-Benz afirmou que a
aplicação do hidrogênio nos produtos é de responsabilidade de cada
marca. “O que as empresas fazem com isso, é com cada uma. Cooperamos no
desenvolvimento, mas continuamos concorrentes”, disse.
Além de
Mercedes e Volvo, a Bosch, grande fornecedora de peças para a indústria
está desenvolvendo sua célula de combustível a hidrogênio.
A
empresa alemã trabalha em parceria com a Nikola, fabricante americana de
veículos elétricos. As duas companhias prometem um caminhão a
hidrogênio com mais de 1.000 cv e autonomia superior a 1.100 km. A
previsão é que os primeiros veículos sejam entregues em 2023.
A Nikola ganhou destaque recentemente após a GM anunciar a compra de 11% da companhia por cerca de US$ 2 bilhões.
Custos mais altos
De
qualquer forma, o caminhão a hidrogênio será mais caro do que um
similar a diesel. A expectativa dos custos adicionais, porém, não foi
revelada.
É natural que o desenvolvimento desta tecnologia faça os preços baixarem, mas isso ainda deve levar algum tempo.
Na
apresentação desta quarta-feira, o Daum pediu que o custo dos pedágios
seja mais baixo para veículos com baixas emissões. Seria uma das formas
de parear os custos extra do hidrogênio em relação aos similares a
diesel.
Nesse caso, é preciso lembrar que o executivo se refere ao transporte de cargas na Europa.
Outras alternativas
Além
do caminhão movido a hidrogênio, a Mercedes também apresentou um novo
modelo elétrico. A segunda versão do eActros será lançada em 2024.
Ao
contrário da primeira configuração, que chega ao mercado no ano que vem
e tem vocação urbana, o modelo mais recente foi pensado para
transportes de longo alcance. Por isso, tem autonomia de 500 km.
Fonte: Auto Esporte / G1
Foto: Divulgação
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