18/07/2025 às 07:34h
Apesar das tensões geradas no governo, as recentes crises nas relações com o Congresso Nacional e com o governo dos Estados Unidos trouxeram uma janela para o Palácio do Planalto retomar ao menos parte da narrativa sobre pautas históricas para o PT e para a esquerda.
Antes visto como “perdido” em suas estratégias de comunicação e com popularidade em queda, o governo Lula passou a explorar temas de apelo popular em seus discursos, inclusive nas redes sociais. E pela primeira vez desde o fim de 2024, o presidente ensaia estancar sua desaprovação popular.
O ponto de inflexão na narrativa governista foi o embate com o Poder Legislativo em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com a derrubada, pelo Congresso, do decreto que reajusta o IOF. A votação gerou publicações em apoio a Lula e críticas aos parlamentares, com termos como “Congresso da mamata” e “Hugo Motta [presidente da Câmara] traidor” em alta.
O coro foi reforçado após Lula e ministros terem indicado, em entrevistas, que Motta teria descumprido um acordo feito com o governo pelo pacote alternativo ao IOF e que deputados e senadores estariam agindo sob lobby de empresários e de setores como as casas de apostas esportivas.
A partir daí, foi levantada nas redes a defesa de pautas como o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda com a taxação dos “super-ricos” e o fim da escala de trabalho 6x1 para reforçar a narrativa de que o Congresso trava pautas populares defendidas pelo governo e, assim, estaria agindo para defender privilégios.
Dessa maneira, o discurso “pobres contra ricos”, que levanta a bandeira histórica da luta de classes, tem reanimado a esquerda. Para parte dos apoiadores de Lula, as últimas semanas marcaram uma reconexão entre o presidente e sua base mais tradicional.
Por outro lado, aliados ao centro temem o risco de que isso amplie a indisposição do Congresso com pautas de interesse do Planalto. Tendo isso em vista, ministros do governo Lula já foram a público defender Hugo Motta de ataques e distanciar, do ponto de vista institucional, o governo de uma “guerra” contra o Legislativo.
Com informações O TempoFoto: Espacial FM
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