28/07/2025 às 08:30h
Usinas exportadoras do ferro-gusa em Minas Gerais estão preocupadas com os efeitos do chamado “tarifaço”, imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre quaisquer produtos importados do Brasil.
A taxa de importação será elevada para 50% a partir do próximo dia 1º de agosto, o que pode tornar o produto brasileiro inviável para as empresas norte-americanas, afetando diretamente a produção nacional que tem os EUA como grandes compradores.
Um dos setores que será afetado é a produção do ferro-gusa. Segundo o Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer), cerca de 70% do volume produzido pelas empresas mineiras em 2024 tiveram como destino o mercado internacional, sendo que os norte-americanos importaram em torno de 75% dos produtos.
E esse efeito cascata pode ser sentido em Pará de Minas, onde está instalada uma das maiores usinas do estado: a Siderúrgica Alterosa.
Em entrevista à nossa reportagem, o diretor de Exportação e Comunicação, André Paiva, admitiu que a tarifa terá impacto direto na competitividade, gerando reflexos em toda a cadeia produtiva, já que os EUA representam, atualmente, cerca de 66% das exportações do ferro-gusa.
Segundo André, o novo cenário força uma reavaliação das rotas comerciais, fluxos logísticos e condições de negociação.
Ele ainda estima a possibilidade de um efeito cascata em setores que estão atrelados a essa produção, com impactos sobre fornecedores, transportadoras e, eventualmente, sobre o emprego.
A Alterosa, assim como todas as usinas exportadoras do ferro-gusa, acompanha negociações do governo brasileiro e torce para que haja um consenso entre os governos para evitar a vigência da nova tarifa.
Por JC Notícias
Foto: Siderúrgica Alterosa