Cinco anos. Esse é o tempo que o escritor e professor Erick Candeias, de 34 anos, espera por um novo rim. Por causa da morosidade no processo de transplante, ele sofre de ansiedade. “É muito angustiante pensar que a minha vida depende de algo tão incerto”, relata.
"A projeção de uma solução em um órgão que pode não vir é muito dolorosa e angustiante. Me dá gatilhos de ansiedade. Eu sigo vivendo minha vida e esperando, mas não me movo em função dele (a necessidade do transplante), diz.
Desde 2020, ele enfrenta uma doença renal chamada “nefropatia grave”. “Os médicos desconfiam que ela é consequência de uma hipertensão não tratada”, conta. No caso de Candeias, o transplante seria o tratamento mais viável, pois proporcionaria maior qualidade de vida mesmo que a doença não seja 100% curada.
Infelizmente, a realidade dele é comum a outras milhares de pessoas no Estado. Dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) mostram que Minas Gerais não atingiu a meta de doações de órgãos em 2024. O número estabelecido para o território no ano passado foi de 18 doadores por milhão de pessoas (pmp). No entanto, o Estado alcançou 15,8 – abaixo dos 22,2 na região Sudeste e dos 19,2 no Brasil.
O órgão mais requisitado é a córnea, com 19.133 pessoas na fila e 17.089 transplantes feitos no último ano. Para o rim, caso de Candeias, a fila no Brasil chega a 36.985 pessoas e, em Minas, a 3.737. “Em 2020 eu estava na casa dos 800, e hoje estou perto de 300”, conta o professor.
Mitos. Segundo Omar Cançado, diretor do MG Transplantes, a doação de órgãos depende de uma série de fatores, e ainda há muitos mitos que permeiam a questão. Ele afirma que muitas famílias têm medo de autorizar o processo por acreditar que haverá mutilações e que o corpo não ficará apresentável para o velório. No entanto, diz ele, isso não acontece. “O corpo é reconstituído, e não fica nada visível”.
Além disso, conforme Cançado, faltam conversas sobre o tema. Como doação de órgãos não costuma ser um assunto discutido no dia a dia, quando alguém morre, muitas vezes, os familiares não sabem qual era a vontade do ente falecido em relação à doação. “É importante conversar para que, em caso de morte, a família possa tomar a decisão”, afirma.
Com informações O TempoFoto: Espacial FM
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