20/10/2025 às 08:30h
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Contudo, a forte presença recente dos evangélicos na política, na cultura e no debate público, tem provocado discussões sobre a laicidade do estado brasileiro. A exemplo disso, estão as eleições gerais de 2018 e 2022, nas quais candidatos utilizaram altares como palanques para discursos religiosos que marcaram as campanhas.
Mesmo com a desaceleração no crescimento do número de evangélicos no Brasil, revelada no Censo de Religião do IBGE, esse fato deve provocar o adiamento em 17 anos do grupo como a maior religião em número de adeptos, como projeta alguns demógrafos.
O pesquisador e cientista político, João Dellasta comentou sobre a representação do grupo que chega a 25% da população de Minas. Também ao JC Notícias ele analisou o crescimento vertiginoso dos evangélicos nos últimos anos:
João Dellasta
Entre os grupos evangélicos que tem apresentado o maior crescimento estão as igrejas neopentecostais se destacando com maior notoriedade a partir dos anos 70. Esse modelo tem em sua premissa teológica: a teologia do triunfalismo e da prosperidade:
João Dellasta
A mudança também é comentada pelo cientista político e diretor do Observatório Evangélico, Vinícius do Valle. O estudioso acredita que a expansão desse movimento tende a influenciar também a política brasileira, como a criação de bancadas. Além do uso de discursos da teoria do domínio, na qual prega a dominação do mundo pelo cristianismo ultraconservador, e se manifestado em atos públicos pelo Brasil:
Vinicius do Valle
Esse modelo de discurso tem como objetivo incluir parte importante dessa população no debate democrático, mas, ao mesmo tempo, esvazia a disputa e se aprisiona nas demandas agenciadas pelas igrejas.
Ainda segundo estudiosos, o crescimento desse segmento também é mais evidente em áreas com pouca intervenção do estado ou regiões atravessadas pela violência urbana e marcadas pela alta vulnerabilidade social.
Por Sérgio Pêgo
Fotos: Espacial FM