06/10/2025 às 09:17h
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em colaboração com a Universidade Federal de Alfenas (Unifal) identificaram altos níveis de substâncias tóxicas em brinquedos plásticos comercializados no Brasil. O estudo analisou 70 produtos de fabricação nacional e importados e é o mais abrangente já realizado no país sobre contaminação química em produtos infantis. Os resultados foram publicados na revista Exposure and Health.
A análise, apoiada pela Fapesp, revelou que grande parte dos brinquedos não segue as normas de segurança do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da União Europeia. O caso mais grave encontrado envolve o bário: 44,3% das amostras ultrapassaram o limite permitido, com concentrações até 15 vezes acima do valor regulamentar. A exposição ao bário pode causar problemas cardíacos e neurológicos, como arritmias e paralisias.
Também foram encontrados níveis elevados de chumbo, crômio e antimônio. O chumbo, que pode provocar danos neurológicos irreversíveis em crianças, problemas de memória e diminuição do coeficiente de inteligência (Q.I.), apareceu acima do limite em 32,9% das amostras, com concentração quase quatro vezes acima do permitido. Já o antimônio (danos gastrointestinais) e o crômio (carcinogênico) apresentaram irregularidades em 24,3% e 20% dos brinquedos, respectivamente.
“Esses dados revelam um cenário preocupante de contaminação múltipla e falta de controle. Tanto que no estudo sugerimos medidas mais rígidas de fiscalização, como análises laboratoriais regulares, rastreabilidade dos produtos e certificações mais exigentes, especialmente para itens importados”, afirma Bruno Alves Rocha. O trabalho é resultado da pesquisa de pós-doutorado de Rocha, apoiada pela Fapesp e recentemente concluída durante seu período como professor visitante na Unifal.
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