20/05/2025 às 10:13h
Distribuidoras de medicamentos apostam em caminhões blindados, carros-fortes e escolta armada, diante do crescimento de roubos de carga de produtos farmacêuticos, segundo um relatório da Abradimex (Associação Brasileira de Distribuidores de Medicamentos Especializados, Excepcionais e Hospitalares). De acordo com o levantamento, metade das transportadoras do segmento aumentou em até 20% os investimentos em segurança em 2024.
Embora representem apenas 2% das cargas roubadas no Brasil, os produtos farmacêuticos são alvos frequentes das quadrilhas devido ao alto valor agregado do mercado. Em 2024, o montante de produtos apreendidos em roubos de carga foi avaliado em R$ 283 milhões.
Ao todo, foram registrados 18.038 episódios do tipo em todo o país no ano passado, representando aumento de 5,4% em relação a 2023.
Segundo Paulo Maia, presidente executivo da Abradimex, os principais remédios visados são para tratamentos oncológico, de doenças raras e doenças terminais. "Os valores dependem do produto, mas podem custar de R$ 10 mil a R$ 30 mil a caixa. A carga inteira é avaliada em até R$ 2 milhões", explica.
O Keytruda, imunoterápico usado no tratamento de câncer da fabricante Merck Sharp, é um dos remédios mais cobiçados pelos criminosos. Uma única caixa de 100 ml do produto custa cerca de R$ 25 mil.
A busca por canetas utilizadas para o tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade também fez algumas empresas ampliarem a segurança no transporte.
"Este tipo de medicamento precisa ser transportado em um veículo com laterais blindadas e, em alguns casos, não é suficiente. Precisa ainda de uma escolta armada para acompanhar o veículo", diz Djalma Campos, diretor de operações logísticas da Andreani, empresa especializada em transporte de medicamentos.
A empresa faz uso de caminhões com mais de um nível de blindagem, que protege tanto contra perfurações quanto contra cortes feitos com serra no baú para roubo das mercadorias.
"Todas as portas do veículo têm travas e o caminhão é pensado para ter apenas porta traseira, a fim de evitar uma invasão pela porta lateral", explica Campos.
A Prosegur Cash, empresa de logística de mercadorias de alto valor, possui 100% da frota blindada, incluindo carros-fortes, que são usados em alguns casos no transporte de medicamentos. "Nós temos uma estrutura própria de segurança. Dentro do caminhão, vão quatro homens armados, de maneira que não é preciso contratar escolta separadamente", afirma Sérgio França, diretor comercial e de estratégia da Prosegur.
Os veículos também contam com rastreadores de monitoramento 24 horas, câmeras de segurança e bloqueadores de sinal, que visam impedir os criminosos de acessarem o sistema e embaralhar o acesso ao rastreador.
Além disso, tecnologias de inteligência artificial (IA) são usadas para aumentar a eficiência no processamento de dados sobre áreas de risco e gerar rotas mais seguras no transporte de medicamentos. "O carro blindado, sem a escolta e sem os demais mecanismos, talvez não faça tanta diferença. Por isso, esse conjunto de ações tem sido tão importante para defender a carga. E não é uma opção barata", afirma Maia, da Abradimex.
Os investimentos em blindagem e equipamentos de segurança podem custar de R$ 150 mil a R$ 180 mil para cada caminhão.
Com informações O TempoFoto: Espacial FM
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