Capa da Página Quase 6 mil pessoas esperam por um doador de órgãos em Minas - Saúde - JC Notícias Capa da Página

Cadastre seu e-mail e receba nossas novidades

Icone IconeNotícias - Saúde

25/08/2023 às 08:00h

Quase 6 mil pessoas esperam por um doador de órgãos em Minas

Facebook

A internação do apresentador Faustão, que na semana passada ingressou na fila de transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), novamente trouxe à tona a discussão sobre a doação de órgãos no Brasil e a angústia dos pacientes que aguardam por um órgão. Em Minas Gerais, segundo o MG Transplantes, um levantamento de janeiro a julho deste ano mostra que 5.949 pessoas estão à espera de um órgão no estado, sendo: 22 para o coração, 2.986 para córnea, 2.794 para rim, 97 para fígado, 44 rim/pâncreas e seis para pâncreas. 

Paralelamente aos dados de 2022, até dezembro do ano passado, a lista de espera em Minas era de 32 pessoas aguardando um coração, 2.863 córnea, 87 fígado, 10 pâncreas, 2.861 rim, 49 rim/pâncreas, em um total de 5.902 pessoas na fila no estado. Importante considerar ainda que uma mesma pessoa pode figurar na lista em 2022 e estar na mesma condição atualmente.

Em relação ao número de transplantes, o levantamento mostra que, entre janeiro e julho de 2023, 480 pacientes receberam uma nova córnea, 40 escleras, 169 medula óssea, 330 receberam rins de doadores falecidos, 77 receberam rins de doadores vivos, 43 coração, 4 de fígado/rim (como se chama a doação conjunta, no caso do paciente que precisa ao mesmo tempo de mais de um órgão), 102 fígado, nove rim pâncreas (também doação conjunta) e  cinco pâncreas. Comparando o número de pessoas na fila de espera com as doações feitas, constata-se que o cenário mais crítico é para quem precisa de um novo rim. 

O MG Transplantes explica que a lista é dinâmica - os dados podem mudar de um dia para o outro.

O cirurgião cardiovascular e torácico do Hcor, Paulo Pego Fernandes, explica que a fila de espera por órgãos respeita a ordem cronológica, mas é feito um cruzamento com uma lista de prioridades. No caso de problemas cardíacos, como acontece com Faustão, pacientes internados, com suporte para o coração e outros órgãos são priorizados e podem tomar a dianteira da fila.

A gravidade do caso, o tipo sanguíneo e o tamanho corporal (altura e peso) influenciam no tempo de espera pelo órgão. "Em casos menos graves, a espera por um transplante cardíaco pode ser de 12 a 18 meses, em média. Em casos mais graves, esse período pode ser reduzido para de dois a três meses", esclarece o especialista.

"Muitas vezes, enquanto aguarda o transplante cardíaco, o paciente tem uma piora importante, fazendo com que seja necessária a internação, geralmente, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), recebendo medicações que ajudam o sangue a circular no organismo", destaca.

Disponibilidade do órgão é desafio
Para Agnaldo Soares Lima, diretor acadêmico da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) e coordenador de transplante de fígado da Santa Casa de BH, hoje a maior dificuldade para o paciente na fila de transplante é a disponibilidade do órgão necessitado. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 65 mil pessoas estão na fila de transplante de órgãos no Brasil. "Isso se deve, principalmente, ao baixo número de doações de órgãos no país, gerado pela falta de conscientização diante da importância da ação que pode salvar vidas", comenta. 

Gravidade, compatibilidade e prioridade

Alcançando quase 51 mil pessoas na fila, o sistema de transplantes leva em consideração fatores como gravidade, compatibilidade e prioridade. O especialista explica que órgãos como o rim priorizam a compatibilidade para ser bem sucedido, já o coração considera-se a urgência do caso. "Um paciente que está em observação em casa e está em uma posição preferencial, ele não pode passar na frente de um caso de imediatismo", explica Agnaldo. 

Uma preocupação relevante é a rejeição. O fígado é um dos órgãos com menos casos de recusa. Sobre o fígado, Agnaldo explica que engana-se quem acha que a doação entre vidas (quando se doa parte do órgão), é comum nesse caso. "Cerca de 10% dos transplantes de fígado é dessa forma, quando o doador está vivo. Sendo que dessa porcentagem, a maioria é de crianças, já que vários critérios precisam ser analisados, como a compatibilidade sanguínea e tamanho do fígado", informa.

Ainda sobre o fígado, Agnaldo informa que as principais causas para o transplante do órgão é a cirrose por bebida, seguido pela hepatite C e gordura no fígado, ocasionado por condições como obesidade e diabetes. "Os transplantes gerados por

Fonte: Hoje em Dia
Foto: Rádio Espacial FM / AdobeStock

Galeria de fotos

Clique nas imagens para ampliar: