A internação do apresentador Faustão, que na semana passada ingressou na fila de transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), novamente trouxe à tona a discussão sobre a doação de órgãos no Brasil e a angústia dos pacientes que aguardam por um órgão. Em Minas Gerais, segundo o MG Transplantes, um levantamento de janeiro a julho deste ano mostra que 5.949 pessoas estão à espera de um órgão no estado, sendo: 22 para o coração, 2.986 para córnea, 2.794 para rim, 97 para fígado, 44 rim/pâncreas e seis para pâncreas.
Paralelamente aos dados de 2022, até dezembro do ano passado, a lista de espera em Minas era de 32 pessoas aguardando um coração, 2.863 córnea, 87 fígado, 10 pâncreas, 2.861 rim, 49 rim/pâncreas, em um total de 5.902 pessoas na fila no estado. Importante considerar ainda que uma mesma pessoa pode figurar na lista em 2022 e estar na mesma condição atualmente.
Em relação ao número de transplantes, o levantamento mostra que, entre janeiro e julho de 2023, 480 pacientes receberam uma nova córnea, 40 escleras, 169 medula óssea, 330 receberam rins de doadores falecidos, 77 receberam rins de doadores vivos, 43 coração, 4 de fígado/rim (como se chama a doação conjunta, no caso do paciente que precisa ao mesmo tempo de mais de um órgão), 102 fígado, nove rim pâncreas (também doação conjunta) e cinco pâncreas. Comparando o número de pessoas na fila de espera com as doações feitas, constata-se que o cenário mais crítico é para quem precisa de um novo rim.
O MG Transplantes explica que a lista é dinâmica - os dados podem mudar de um dia para o outro.
O cirurgião cardiovascular e torácico do Hcor, Paulo Pego Fernandes, explica que a fila de espera por órgãos respeita a ordem cronológica, mas é feito um cruzamento com uma lista de prioridades. No caso de problemas cardíacos, como acontece com Faustão, pacientes internados, com suporte para o coração e outros órgãos são priorizados e podem tomar a dianteira da fila.
A gravidade do caso, o tipo sanguíneo e o tamanho corporal (altura e peso) influenciam no tempo de espera pelo órgão. "Em casos menos graves, a espera por um transplante cardíaco pode ser de 12 a 18 meses, em média. Em casos mais graves, esse período pode ser reduzido para de dois a três meses", esclarece o especialista.
"Muitas vezes, enquanto aguarda o transplante cardíaco, o paciente tem uma piora importante, fazendo com que seja necessária a internação, geralmente, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), recebendo medicações que ajudam o sangue a circular no organismo", destaca.
Gravidade, compatibilidade e prioridade
Alcançando quase 51 mil pessoas na fila, o sistema de transplantes leva em consideração fatores como gravidade, compatibilidade e prioridade. O especialista explica que órgãos como o rim priorizam a compatibilidade para ser bem sucedido, já o coração considera-se a urgência do caso. "Um paciente que está em observação em casa e está em uma posição preferencial, ele não pode passar na frente de um caso de imediatismo", explica Agnaldo.
Ainda sobre o fígado, Agnaldo informa que as principais causas para o transplante do órgão é a cirrose por bebida, seguido pela hepatite C e gordura no fígado, ocasionado por condições como obesidade e diabetes. "Os transplantes gerados por
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